esse texto é sobre textos

Esse texto é sobre textos e sobre a última vez em que você fez algo que ama.

Escrevo desde que me entendo como gente. Começou pela obsessão infantil de escrever meu nome em TODOS OS LUGARES POSSÍVEIS. Quando eu descobri que os Contos de Fadas eram inventados, senti como se o universo tivesse aberto aos meus pés. E eu caí. Não de desespero, mas por saber que assim como criaram a Rapunzel eu poderia escrever minha história também. Fazer meus próprios personagens e deixá-los me mostrar a aventura que queriam viver.

Lembro que uma vez tive um dever de casa em que tinha de escolher uma história e recriá-la segundo a minha visão. A história que escolhi foi O Patinho Feio e no final o patinho se descobria um pombo. Ainda não sei se era por admirar os pombos (porque eles enchiam o saco das pessoas) ou se, como eu prefiro acreditar, o patinho realmente queria se descobrir um pombo e eu apenas guiei o lápis para que o Veterinário Carlos o descobrisse e ele fosse viver com seus iguais.

Depois disso eu comecei a ler desenfreadamente e usar meus diários e folhas que sobravam dos cadernos para escrever histórias baseadas no que tinha lido, ano após ano (a fanfic d'O Patinho Feio foi na segunda série).

Depois de muitas Sabrina roubadas (desculpa, mãe!) ganhei o meu primeiro livro adulto, O Código da Vinci de Dan Brown. Eu tinha uns dez anos e talvez o livro fosse muito complexo para alguma criança "normal" entender, mas de tanta enciclopédia lida eu conseguia entender todas as referências de arte e tretas por trás de teorias da conspiração. (Junto com o livro ganhei também o roteiro do filme que me fazia me sentir a Audrey Tautou e me deu a ideia de ser atriz que graças a Deus só rendeu uma apresentação no teatro que não tinha nem falas e uma fuga advinda da mente de duas crianças que achavam que o PROJAC ficava na esquina de casa.) O que eu não entendia eu tinha que pesquisar, o que me levou à internet...

Ah, a internet!

Foi em uma comunidade do Orkut sobre livros em PDF (eu nem sabia o que era PDF direito, diga-se de passagem) que eu encontrei garotas alucinadas sobre vampiros. Logo que li Crepúsculo, me encantei. Juntava o romance que encontrava nas Sabrina com todo o meu amor recém-descoberto pelo sobrenatural.

Depois de ler Amanhecer e ter meu shipp DESTRUÍDO com um final que me fez chorar de ÓDIO por DIAS, fui ler o que outras garotas tinham achado e descobri que em algum universo criado a partir da mente de alguém, a Bella ficou com o Jacob. Fiquei imersa em fanfics por anos até ter coragem de escrever um final para a história como eu queria que acontecesse, finalmente a MINHA FANFIC!!!! Finalmente eu sabia o que estava fazendo, e isso durou até os meus vinte anos. Escrevi diversas histórias diferentes para livros, séries, filmes e até songfics (essas escrevi por mais tempo). Nesse meio tempo também tiveram contos guardados em folhas antigas, blogs arquivados e eu tentando o tempo todo descobrir sobre o que eu realmente deveria escrever.

Agora eu descobri que basta escrever. Meus diários viraram journals decoradinhos, minhas listas foram agregadas a meu bullet journal, minhas fanfics foram publicadas no Wattpad e quando eu simplesmente quero escrever por escrever em um momento em que não posso ter um papel, é só abrir o evernote.

Durante muito tempo, por participar de grupos errados (lê-se com pessoas que não tinham o mesmo objetivo que eu) fui consumida pela necessidade do imediatismo: tenho que escrever logo, tenho que postar logo, a informação precisa chegar o quanto antes. Não que isso seja ruim. É um efeito da Globalização, que torna tudo urgente e ultrapassado em dois minutos. Só não funciona pra mim.

Quando descobri o vídeo sobre slow blogging da Nátaly Nery, descobri o que estava me sufocando. Não funciono com essa pressa. A escrita urgente não funciona pra mim, principalmente porque no momento em que uma coisa que amo se torna uma obrigação, meu amor e dedicação simplesmente vão embora. Mas a escrita sempre foi o que amei fazer e eu não queria parar. Decidi desacelerar para conseguir produzir. Foi assim que decidi voltar a blogar.

Sem deixar meu hobby virar um peso, sem pensar em números, simplesmente escrever por escrever, fazer textos pelo simples prazer de fazer textos -não importa o seu tamanho. Aqui pretendo falar sobre a minha adaptação à vida Zero Lactose depois de viver anos sem nem saber o que era restrição alimentar, abordar organização (e formas de não enlouquecer) entre trabalho e emprego, e principalmente falar do meu amor sobre meus hobbies como a literatura ou meus journals. Espero aprender a cada dia mais sobre coisas mais relevantes e fazer uma linda troca de experiências pois sempre foi isso que amei sobre o mundo dos blogs e sobre isso é o meu retorno.

Embarca comigo! Bem vindos ao danireistxt!

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